A narrativa cinematográfica de A. J. Kazinski está de volta em O sono e a morte, publicado no Brasil pela Editora Tordesilhas
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Thriller associa temas filosóficos como a imortalidade da alma à cientificidade das experiências de morte iminente, e propõe a reflexão sobre a influência de nossas escolhas. |
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O sono e a morte é o segundo livro de A. J. Kazinski, pseudônimo dos premiados autores dinamarqueses Anders Rønnow Klarlund e Jacob Weinreich. O protagonista Niels Bentzon é o mesmo da primeira parceria literária da dupla, O último homem bom (publicado pela Tordesilhas em 2013), best-seller na Dinamarca e cujos direitos autorais foram vendidos para mais de 20 países. No Brasil o livro teve ótima recepção do público e figura entre os mais vendidos da editora.
O negociador da polícia dinamarquesa Niels Bentzon tem um novo desafio. Desta vez, o suicídio de uma mulher em uma ponte de Copenhagen é o ponto de partida de uma história que traz à baila reflexões de Sócrates sobre a existência e a imortalidade da alma, além de relacionar tais conceitos filosóficos com as polêmicas experiências de morte iminente.
A versão oficial, articulada de forma quase que automática, afirmava que a mulher havia cometido suicídio. Experiente, o policial percebe algo de estranho no caso; a vítima estava aterrorizada e parecia procurar incessantemente alguém na multidão antes de saltar da ponte. Incapaz de impedi-la de pular, Niels conclui – inicialmente a contragosto de seus companheiros policiais e superiores – que a mulher, na realidade, saltara da ponte ao encontro da morte com o intuito de fugir de um perseguidor que se encontrava no amontoado de espectadores.
Bentzon passa a buscar obstinadamente evidências que corroborem suas suspeitas, e não tarda a obtê-las; a autópsia do corpo da vítima revela água salgada em seus pulmões e marcas de desfibrilador em seu corpo. Antes de saltar da ponte, a mulher morrera por afogamento e logo em seguida fora ressuscitada. Convencido de que por trás destas estranhas circunstâncias havia um criminoso, Niels inicia então uma detalhada investigação que o desafia a reconsiderar sua percepção de vida e morte.
Paralelamente à história principal, são introduzidas duas personagens e suas respectivas trajetórias. A cientista astrofísica Hannah Lund está de volta, agora casada com Niels. Hannah enfrenta uma importante e polêmica questão ética e se vê em um constante conflito interno, no qual deve julgar as consequências que a sua decisão causará na vida das pessoas envolvidas. Também nos é apresentada Silke, uma misteriosa garotinha que vive em um hospital psiquiátrico infantil. É através de seus pensamentos que conhecemos sua história e é somente com o avançar das páginas que descobrimos sua importância.
A narrativa possui um forte ritmo cinematográfico; a agilidade com a qual a trama se desenvolve compara-se a uma superprodução hollywoodiana, dinâmica e envolvente, permeada por um crescente clima de suspense. Um diferencial dentro do gênero é a reflexão existencialista provocada pelos livros de Kazinski. Qualquer que seja o ponto de vista de quem lê, O sono e a morte introduz questões filosóficas de uma forma que não só faz refletir, mas também emociona e provoca tensão do início ao fim.
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